terça-feira, 11 de agosto de 2020

A Falácia da Desoneração do Empregador como Fator de Geração de Novos Empregos

Um empregador tem custo "X" para manter um empregado. O neoliberal diz que, se reduzir esse custo pela metade, retirando do empregado certos direitos, o empregador poderá contratar dois empregados pelo custo de um e então dobrará o número de oferta de emprego.

Acontece que um empregado já fornece ao empregador a mão de obra que ele necessita para manter sua produção. Mas, se não há mercado para escoar sua produção, o empregador não tem porque dobrá-la, dobrando o número de empregados. Assim, o dinheiro que ele economiza ao ter reduzido o custo para manter um empregado não será revertido na criação de outra vaga de trabalho. Irá para seu bolso, aumentando seu lucro. E só.

Quer mais? Se o empregado tem seus ganhos reduzidos com reformas que retiram direitos, reduz-se também seu poder aquisitivo. Ou seja, o empregado passa a consumir menos. A redução no consumo reduz a produção. A redução na produção acarreta perda de empregos, já que o empregador passa a vender menos. Assim, a redução de direitos trabalhistas, a médio e longo prazos, ocasionará aumento do desemprego. A margem de lucro do empregador, no entanto, permanecerá assegurada pelo Estado, uma vez que o Estado diminuiu seus custos de produção. 

Essa foi a reforma trabalhista promovida pelo Temer. E essa é a linha defendida pelo presidente Bolsonaro e a política econômica do Paulo Guedes. Você quer isso em 2022?

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

A temporalidade na mente liberal e a incoerência dos seus valores

Bora brincar de faz-de-conta? Imagina que você já é adulto (e para praticamente 99,9% dos que estão lendo, isso é verdade), e tem pelo menos, mais de 30 anos, morando na região mais pobre, menos observada pelo poder público e a mais violenta da cidade.

Você mora neste lugar porque quando tinha três anos, homens armados invadiram a casa dos seus pais na área nobre da cidade, violentaram sua mãe na frente do seu pai antes de assassinar os dois e tomarem posse da casa que era deles e, consequentemente, sua por direito de herança.

De alguma forma, você conseguiu ser resgatado e foi criado nesta área perigosa, vivendo uma vida de restrições, sendo explorado, recebendo baixos salários e mal conseguindo se sustentar. Sua vida inteira foi pautada no sentimento de ódio pela condição que aqueles bandidos armados lhe obrigaram a viver depois de terem usurpado o que era dos seus pais.

Um dia você descobre que, com a ajuda certa – que neste faz-de-conta você tem – você possui condições de retomar tudo que lhe pertence. Você poderia expulsar os descendentes dos homens que mataram seus pais, tomaram sua casa e obrigaram você a passar fome e frio na quebrada. Não se trata de dizer que você arriscaria sua vida e talvez se desse mal nesse combate. Faça de conta que a vitória é certa. Só depende de você querer ir ao combate.

Você sabe que os homens que assassinaram seus pais estão mortos, e naquela casa que um dia foi sua, moram atualmente os descendentes daqueles homens: Todos cientes da origem daquela propriedade, morando nela mesmo assim e sem que jamais tivessem procurado você para lhe devolver o patrimônio que os pais deles roubaram dos seus. São pessoas que vivem a vida confortável que você teria vivido se seus pais não tivessem sido mortos.

Diante dessas informações, o que você faz? Retoma o que é seu? Deixa pra lá, afinal já se passaram tantos anos...? Justifique sua resposta, sempre à luz da ideia de resgatar a propriedade dos bens que foram usurpados de você.

Dialética da Criação

Dialética da Criação Trago um mundo inteiro dentro em mim? Mãos que cá já estavam moldaram-me em argila, constituindo-me à sua semelhança. R...